Itaú e XP, unidos sem você

Já não é novidade. O Itaú Unibanco adquiriu 49,9% da XP. O Banco Feito Para Você pagou R$ 6,3 bilhões pela compra e fechou o negócio na última quinta-feira, 11.

É como se o cafetão tivesse pedido a freira em casamento, e não é que ela aceitou? É história para Nelson Rodrigues.

 

3 regras básicas para você entender o mercado:

Regra No 1 –  Os bancos não gostam de concorrência. Eles adoram oligopólios.

Regra No 2 – Não subestime os números: banqueiro nunca perde dinheiro.

Regra No 3 – Quer ganhar dinheiro com os bancos? Torne-se sócio deles.

 

Vamos entender esta “compra” do Itaú pelas 3 regras acima:

 

A XP se tornou a maior corretora do país oferecendo educação financeira (cursos e palestras) e produtos financeiros melhores que os oferecidos pelos grandes bancos. É a “desbancarização”. Outras corretoras foram pelo mesmo caminho e este processo incomoda os grandes bancos.

Itaú, Bradesco, Caixa e Banco do Brasil vão ter que rebolar.

Eles estão perdendo clientes justamente para estas corretoras. No caso do Itaú, houve debandada de investimentos dos clientes Personalité, por exemplo.

Existem dois caminhos: ou você mata o inimigo ou junta-se a ele.

Comprar a XP significa ter acesso a 410 mil clientes ativos. Wow!!!

Quer mais? Significa encurtar anos e anos de investimentos e esforços para ganhar participação neste mercado.

 

Vou deixar com vocês as palavras do Diretor de RI do Itaú (Marcelo Kopel):

“A operação (compra da XP) consome pouco capital do banco e permite maior flexibilidade”.

 

Isso nos leva diretamente a Regra 2.

 

A XP é um colosso! São R$ 85 bilhões em ativos, patrimônio de R$ 1,095 bilhão e lucro líquido de R$ 251 milhões.

Aqueles R$ 6,3 bilhões pagos representam aproximadamente 1 trimestre do lucro do Itaú. Como diria meu avô: “isso aí sai no xixi” .

Além disso, os próximos passos levam a possibilidade de compra de até 100% da XP em 2024.

 

Pausa para reflexão 1:

O sonho de todo banco é ter os clientes das corretoras e o sonho de toda corretora é se tornar um banco.

 

A regra 3 é clara: junte-se aos “bons”.
No Brasil, bancos lideram os lucros do Ibovespa. O setor é o que mais ganha dinheiro: R$ 16 bilhões somente neste 1º trimestre de 2017. E você contribui para isso, pagando taxa de administração de 1% naquele Fundo DI mequetrefe que você tem. Confessa, vai!

Qual foi o banco com o maior lucro?

Ele mesmo: Feito Para Você, com R$ 6,05 bilhões.

 

Pausa para reflexão 2 :

Quer ganhar dinheiro com eles? Compre ações de bancos, ora!

1.245%  –  foi a valorização das ações do Itaú nos últimos 20 anos.
202%  –  foi o quanto valorizou o seu FGTS no mesmo período.

Você não vai ganhar dinheiro com o seu Gerente Personalité.

 

Esta compra é ruim para mim e para você. Por que nós perdemos?

a) Simples e direto: independência e autonomia passam a fazer parte do passado para a XP.

b) Menos um player no mercado. A concorrência traz preços competitivos e qualidade nos serviços. Tudo o que o Itaú não quer.

 

Por enquanto, não vejo motivos para mudarmos de corretora no curto prazo. A operação acabou de ser realizada e estarei acompanhando de perto todos os passos. Possuo conta na XP, na Rico e na CM Capital Market.

Não estamos casados com nenhum investimento e nem com corretoras. Somos livres e independentes e assim, permaneceremos!!!

No entanto, para aqueles que desejarem sair da XP, saibam que vocês podem fazer a portabilidade sem custos para outra corretora. Todos os seus produtos, de renda fixa e variável, com exceção dos fundos de investimentos, podem ser transferidos.

Seguem algumas opções: Easynvest, Guide, Genial, Nova Futura, CM Capital Markets, BTG Digital.

 

Por fim, independente do que acontecer, nós sempre devemos ter cuidado com os tipos de produtos e serviços que são oferecidos. Questione sempre as taxas e os investimentos que o seu “gerente” e o seu ” agente”  na corretora querem que você faça. Não caia em armadilhas.

 

Um abraço,

Alex

Portabilidade de títulos públicos, ações, fundos de previdência e cotas de fundos de investimentos

Se você não está satisfeito com o seu banco/corretora, saiba que você pode transferir os investimentos para outra instituição financeira, sem custos e sem a necessidade de resgates.

 

Esta operação é conhecida como portabilidade e este artigo vai te ajudar a entender como funciona este simples processo.

 

Geralmente, um cliente decide fazer a portabilidade para buscar melhores taxas, custos menores e/ou um melhor atendimento em outro banco, corretora ou seguradora.

 

Para transferir os investimentos, você primeiro deve abrir uma conta na instituição para a qual você deseja fazer a portabilidade.

 

Com a conta aberta, basta solicitar a portabilidade na instituição antiga.

 

Títulos Públicos

 

Com o  cadastro já aberto ao novo banco ou corretora, solicite a portabilidade ao agente de custódia cedente, ou seja, a corretora na qual os títulos estão custodiados hoje. Em seguida, informe o agente de custódia cessionário, corretora para os quais serão transferidos os títulos, sobre o pedido de portabilidade.

 

Não há custos e não há cobrança de Imposto de Renda.

 

Atenção: Caso você esteja devendo alguma taxa ao agente de custódia antigo, o sistema pode reter até um quinto do valor do título para que o pagamento seja efetuado.

 

O que você pode fazer, é quitar o débito primeiro e após, transferir o título.

 

A taxa de administração (que varia entre os agentes de custódia) e a taxa de custódia (0,3% ao ano) da Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) referentes ao primeiro ano da aplicação são cobradas já no ato da compra. Você já pagou estas taxas no ato da compra. Os custos a partir do segundo ano são descontados no momento do resgate do título ou semestralmente (janeiro/julho), caso você mantenha os títulos.

 

Assim, se a transferência do título for feita nos 12 meses seguintes à compra, as taxas relativas ao primeiro ano não serão cobradas outra vez pelo novo agente de custódia. Fique atento para não ser cobrado indevidamente da mesma taxa de custódia na nova corretora.

 

Prazo: A transfrência é online e imediata.

 

Ações

 

A transferência da custódia das ações entre corretoras é similar a dos títulos. Primeiro você preenche um formulário padrão da CBLC, distribuído pelas instituições financeiras. Este formulário se chama ficha de solicitação de transferência de ativos mobiliários.

 

Ufa! Só nome técnico. Mas não tenha medo. Olha o formulário aí embaixo:

 

 

 

Neste formulário você vai preencher as ações ( códigos – tipo PN ou ON), quantidade, os dados pessoais e os números das contas que serão levadas do agente de custódia (cedente) para a corretora nova (cessionária).

 

Se você tiver transferindo a custódia de ativos que já estão em seu nome, não é necessário preencher o valor de alienação.

 

Na lista de motivos, você vai selecionar o campo “Mesma titularidade nesta ou em outra instituição”.

 

Assine no campo “Assinatura do Cliente Cedente/Representante Legal”, reconheça a firma em cartório e envie para a sua corretora para que ela possa efetuar a portabilidade para a corretora nova.

 

Esta transferência será feita eletronicamente e sem custo para você.

 

Tambéam não há cobrança de Imposto de Renda e nem taxa de corretagem porque você não está se desfazendo das ações. É apenas uma transferência de custódia, ok?

 

Atenção: Proventos como juros sobre capital próprio e dividendos  que foram já provisionados pelas empresas não são automaticamente transferidos para a nova corretora.

 

Se a empresa anunciou a distribuição e o você solicitou a transferência antes do momento do exercício, os dividendos cairão na corretora antiga e você terá que solicitar também a transferência dos proventos.

 

Prazo: Esta transferência é processada em 24 horas.

 

 

Plano de Previdência

 

A portabilidade é prevista em lei e pode ser total (transferência de todo o dinheiro) ou parcial (de apenas uma parte).  Ela é sem custos e também não acarreta cobrança de IR.

 

É feita a transferência de todo o histórico de contribuições, nas devidas datas, de forma que você tenha o cálculo preservado quando for receber o seu benefício no futuro.

 

Ex: se a tributação do seu plano é regressiva, você não perde o benefício deste tipo de tributação, que vai reduzindo a alíquota de IR com o tempo.

 

Atenção: Se o seu plano for um Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL), na transferência, ele não poderá ser convertido em um Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), ok? Não queira mudar os planos.

 

A portabilidade é feita eletronicamente e diretamente entre as instituições.

 

 

 

Portabilidade de Previdêcia Fechada para Previdência Aberta.

 

 

Há a possibilidade de se trocar uma previdência fechada (Ex: Previ) por uma aberta (contratadas em bancos e seguradoras), mas apenas para o (PGBL).

 

Basta solicitar a portabilidade diretamente na antiga seguradora. Ela vai se encarregar de te enviar os formulários de transferência e efetuar a operação.

 

Quando você contrata uma previdência fechada, na assinatura do contrato, você deve decidir entre resgatar o montante total ou ter uma renda mensal ao se aposentar.

 

Ao fazer a portabilidade, você terá que optar pela renda mensal. Fique muito atento à esta norma.

 

Se contribuiu por menos de 15 anos, terá que contratar renda por pelo menos 15 anos.

 

Se contribuiu por mais de 15 anos, terá que contratar renda exatamente pelo mesmo período que já contribui.

 

Atenção: se o plano original previa taxa de carregamento no resgate, ela terá de ser paga na transferência. Já a seguradora que receber os recursos é proibida de exigir carregamento sobre o valor transferido – só poderá cobrar esta taxa sobre os novos depósitos.

 

Por conta do tratamento tributário que acarretam, algumas opções feitas na contratação do plano não podem ser alterados na transferência.

 

Ex: o regime de tributação regressivo  não pode ser trocado pelo progressivo.

 

Prazo: Depois de entregues os documentos solicitados pelas seguradoras, o processo da portabilidade leva cinco dias úteis.

 

 

Fundos de Investimentos

 

As corretoras e os bancos não são obrigados a transferir a custódia de cotas de fundos de investimentos. Não existe um normativo sobre portabilidade de fundos e não há um formulário de transferência, como nas ações.

 

Você terá que contar com a boa vontade do seu banco para tentar efetuar uma portabilidade de fundos de investimentos.

 

O problema está no cálculo do IR para a portabilidade.

 

Normativo da Receita Federal diz que se a nova instituição for uma corretora e atuar pela modalidade “por conta e ordem” ela será reponsável pelo recolhimento. Se a nova instituição for uma distribuidora, a responsabilidade é do administrador do fundo.

 

Um abraço

Alex.

5 conselhos para lidar com bancos e gerentes de contas

A proposta é falar da relação entre o cliente bancário e um dos profissionais mais amado (em alguns casos) e odiado do planeta: o Gerente de Contas.

 

Quase todo mundo tem um gerente de contas e quem ainda não tem, garanto que um dia terá. Este profissional tem como objetivo, orientar e ajudar o cliente bancário a tomar as melhores decisões no dia a dia do mundo financeiro (desde uma simples troca de senha até uma complexa decisão de investimento).

 

Wow! As teorias e suas perfeições.

 

O gerente de contas, como boa parte dos profissionais da área de serviços, trabalha com metas (e geralmente são agressivas).

 

No sistema bancário a estrutura é formada como se fosse uma “pirâmide de metas” onde o gerente se encontra na base.

 

O presidente do banco responde aos seus acionistas que querem mais lucro e cobram resultados. Portanto, ele tem várias metas que são imediatamente repassadas aos seus diretores. Em seguida, ele repassam aos seus respectivos superintendentes, que repassam aos seus administradores e que, finalmente, repassam aos Gerentes de Contas.

 

É meta por atacado.

 

O que podemos concluir é que: esta meta chega ao seu Gerente de Contas impregnadas de muitas cobranças de desempenho. Em todos os bancos este processo se dá de maneira similar. A diferença está no atendimento prestado pelo Gerente de Contas.

 

Não é a toa que ele te liga oferecendo milhões de produtos: “este é o mês do consórcio”; “vamos fazer uma capitalização?”; “não deixe o dinheiro parado na conta, aplique em um CDB”.

 

Na verdade, quem começou antes esta ligação  foi o Presidente, lá do último andar. É como se fosse um “telefone sem fio vindo do inferno”.

 

O mundo ideal existe quando você tem um Gerente que bate as metas “vendendo” o melhor para o cliente, mas isso é o “mundo ideal”.

 

Você vai encontrar pela frente todo o tipo de profissional: os bons e os maus e isso em qualquer profissão.

 

O gerente te indicará diversos produtos (conforme a semana de meta) e para você entrar bem armado nesta batalha, eu vou te apresentar os meus minhas 5 conselhos para lidar de uma vez por todas com os bancos e os gerentes de bancos:

 

1.  Logo de cara, “infernize” seu Gerente de Contas. Não tenha medo. Pergunte tudo: “por que este tipo de conta vai ser melhor para mim?”; “Por que eu não posso aplicar em outro produto?”; Qual a taxa de adminsitração?; Por que prvidência e não Tesouro Direto? etc. Se ainda assim, você tiver dúvidas, não decida nada na hora. Pegue o prospecto do produto para ler com calma em sua residência e volte depois com a certeza de que tomará a melhor decisão.

 

2. Se estiver na agência e não puder tomar a decisão em casa, leia TUDO com calma antes de assinar. NUNCA assine nada sem ler com atenção.

 

3. Não caia no conto da menor taxa. Isso é muito relativo. Você deve procurar o banco com o produto/serviço financeiro no qual você tem interesse e este deve ter a menor taxa. Não adianta seu gerente dizer que o banco possui a menor taxa de consórcio se o serviço que você mais vai utilizar são transferências bancárias (DOC/TED).

 

4. Você NÃO é obrigado a contratar produtos/serviços para abrir uma conta corrente. Isso inclui seguros, cartões de crédito, valor mínimo para abertura etc. Todo cuidado ao abrir uma conta corrente. Verifique todos os produtos e serviços que a sua conta corrente possui.

 

5. Se identificar alguma cobrança “estranha” no seu extrato de conta corrente, vá ao Banco e solicite ao seu Gerente o contrato assinado por você referente ao produto/serviço descontado. Nenhuma taxa/tarifa pode ser cobrada sem um contrato assinado.

 

Você deve ficar atento e questionar todos os valores não reconhecidos por você em sua conta corrente.

 

Não tenha receio em questionar o seu gerente de contas.

 

Com esta atitude e os conselhos acima você evitará problemas futuros e terá o mínimo de controle da sua conta corrente.